Manoel Theotônio Freire Júnior ( Acari, 6
de outubro de 1865 — Recife, 24
de março de 1917) foi um escritor brasileiro naturalista da
escola recifense, fundador do Silogeu de Pernambuco.
BIOGRAFIA
Primogênito de seus pais, Theotônio Freire era descendente de
tradicionais famílias potiguares, sendo, pelo linha paterna direta, trineto do
capitão-mór Bento Freire do Revoredo, e, através de sua avó paterna, trineto do
coronel Cipriano Lopes Galvão, da Ribeira do Seridó. Era também primo do professor e pesquisador Coucy
Freire.
Diplomou-se pela Escola Normal do Rio de Janeiro,
escreveu poesias, contos, um drama de propaganda abolicionista e dois belos romances injustamente esquecidos. Além
disso, foi fundador da Academia Pernambucana de Letras. Foi o primeiro ocupante da cadeira 19 e primeiro
presidente eleito da nova instituição, prova do seu prestígio no meio da
coletividade intelectual da época. Exerceu, como cronista, o jornalismo
provinciano.
Casado com D. Praxedes de Lacerda Freire, paraibana, Theotônio
foi pai de oito filhos que chegaram à idade adulta. Foi primogênito do casal o
jornalista e romancista "pré-modernista" e "maldito" Theotônio
de Lacerda Freire, o Theo Filho, que em 2000 teve reeditado seu Praia de Ipanema, na coleção
Babel, da Dantes Editora. Lacerda Freire obteve algum sucesso de público, como
ficcionista, no eixo Rio-São Paulo.
Theotônio Freire foi autor das obras Passionário e Regina,
ambas de cunho naturalista, que graças ao escritor Lucilo Varejão Filho, foram recentemente reeditadas na coleção Grandes
Mestres do Romance Pernambucano. Passionário e Regina têm
em comum serem estudos de caso: as taras pessoais que conduzem à tragédia. No
primeiro caso, Arthur, jovem rico e estroina, nutre um desejo mórbido por
Lúcia, afilhada de sua mãe, pobre e de pais obscuros - ele quer apenas
seduzi-la, ela sonha com um lar e com uma família. No segundo, acompanhamos a
queda de Regina, de moça rica e culta a trapo humano, arrastando-se pelas ruas
do Recife.
Quando de seu falecimento, prestaram-lhe homenagem figuras como
seus colegas literatos Pereira
França, Gervásio Fioravanti, Lucilo Varejão e
o general Dantas Barreto. Theotônio
deixou a esposa e os oito filhos, bem como dois irmãos e diversos sobrinhos e
primos. Foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro em 25 de março de 1917.
Atualmente, dá nome a uma rua no bairro do Cordeiro,
em Recife. Um retrato seu pode ser
visto na sede da APL.
FONTE – WIKIPÉDIA – FOTO – SITE GENI